“É essencial ser e se sentir acolhida”.A afirmação é da mãe atípica Ana Calixto. Há um ano e três meses, Ana recebeu o diagnóstico que o filho de 12 anos é autista e dislexo. Antes do caminho que levou ao diagnóstico, a família entendia as crises como birras. “Chamava a atenção e logo ele estava dando mais uma birra”, relata. Foi com o diagnóstico que Ana entendeu que o que estava acontecendo não era uma birra.
E aí começou um novo capítulo. “Ele passou a ser assistido, mas eu não e ficava muito perdida em como agir, o que fazer para entender a necessidade dele, há três meses também passei a ser assistida no Sonho Meu e meu entendimento mudou”, relata. “Hoje eu entendo que momentos como esse encontro e cuidar de mim são necessários para cuidar do meu filho”, completa.
Ana foi uma das muitas mães que participaram ontem, 28 de maio, do1.º Encontro de Mães Atípicas promovido pela Secretaria da Mulher e da Família (Semfa).
A frente do projeto, a primeira-dama e secretária da Semfa, Mara Fernandes, destaca que o encontrocelebrou a força das mamães atípicas e o amor incondicional que as move. “Foi um momento único, muito especial, com muita troca de experiências, palestras, um momento preparado com muito cuidado e carinho porque essas mães que lutam pelos seus filhos com uma força tremenda diariamente também precisam ser cuidadas”, frisa.
Mara destaca que muitas vezes a rotina de uma mãe atípica é tão intensa que ela acaba esquecendo de si mesma. “Nosso foco hoje foi salientar o quanto elas, as mães, são essenciais, únicas, lindas; tudo foi pensado para que essas mulheres se olhem no espelho e se auto admirem novamente”, diz.
Adjunta da pasta, Ana Paula Carvalho, destaca que durante todo o mês de maio a Semfa realizou eventos voltados às mães. “E hoje encerramos de uma forma muito especial com essas mães mais do que especiais”.
Também presente no encontro a secretária-adjunta de Assistência Social, Rejane Reis, também falou da ligação única entre mães e filhos. “É uma dádiva ouvir a palavra mãe ser direcionada para nós, é um caminho cheio de desafios com dias bons e outros nem tanto, mas é um caminho lindo”, diz.
Além das palestras e rodas de conversa, o evento contou com momento de autocuidado com a participação de acadêmicas do curso de Estética da Faculdade Centro Mato-grossense (Facem).
Mãe atípica
O termo "mãe atípica" começou a ser utilizado por mães que se identificam com a necessidade de cuidados especiais e passaram a ser reconhecidas e apoiadas em seus direitos. A maternidade atípica não se refere apenas a mães que tiveram filhos com algum diagnóstico específico, mas também a mães que enfrentam dificuldades na criação de seus filhos, como mães que trabalham e cuidam de seus filhos sozinhas.
Texto: Claudia Lazarotto
Fotos: Ney Pinheiro e Reginaldo Souza
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